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Os Pilares da Criação: A Extinção

Eles são uma das mais famosas e magníficas estruturas astronômicas já registradas: os chamados “Pilares da Criação”. Porém, desde 2007 sabe-se que foram extintos por uma supernova que ocorreu 6.000 anos atrás.

A Nebulosa Águia (M16) é uma nebulosa de emissão na constelação Serpens. Encontrava-se a cerca de 7.000 anos-luz de distância e, como esta imagem mostra magnificamente, ele contém os famosos "Pilares da Criação".  Foram registrados pela primeira vez em 1995, numa imagem feita pelo Telescópio Espacial Hubble.

Os Pilares

O que exatamente forma as protuberâncias gasosas visíveis na imagem? Tratam-se de esculturas produzidas pela emissão de radiação de estrelas massivas do tipo O, muito maiores e mais quentes do que o Sol.

Essas estrelas são marcantes pelo brilho azulado intenso e pela vida curta. Muito grandes, elas consomem seu combustível em alguns poucos milhões de anos, antes de explodir como supernovas. Pode parecer muito, mas é uma ninharia em comparação com o tempo de vida do Sol, que já brilha há 4,6 bilhões de anos e está apenas em sua meia-idade.

A Extinção

Em geral, as pessoas olham para objetos no espaço como se as paisagens estelares estivessem fixas, firmes, enraizadas em nossa realidade. Há quem entenda o céu como uma criação divina em um show aparentemente imutável: daí os nomes mitológicos de planetas, constelações, nebulosas e galáxias. Outros veem apenas maravilhas científicas, “uma imensa arena cósmica” na qual a Terra é apenas um pequeno “grão de poeira suspenso em um raio de sol“.

Nossa percepção do tempo nos faz pensar que somos o centro de tudo, e isso é apenas uma ilusão. Na escala cósmica, assim como em nossas vidas, as coisas se movem constantemente. A arquitetura do cosmos está sempre mudando, e os cientistas sabem desde 2007 que nem mesmo os gigantescos Pilares da Criação existem mais.

Os pilares foram atingidos por uma supernova há 6.000 anos. Com nossos telescópios, podemos ver a supernova avançando, incontrolável, destruindo tudo o que toca. Vista da Terra, essa onda ainda não atingiu os Pilares da Criação. Para os nossos sentidos, eles ainda estão lá, intactos.

Como a luz precisa viajar por distâncias imensas, ela só chega depois que o evento ocorreu. Quanto mais longe algo acontece, mais tempo a luz demora para chegar a nossos olhos. Ou seja, quando olhamos para o céu, estamos olhando para o passado – segundos, minutos, anos, séculos e milênios atrás. O Universo é a mais incrível das máquinas do tempo.

Em mil anos, veremos o que aconteceu. A onda de choque chega aos Pilares da Criação e, assim como eles foram criados, eles serão destruídos, obliterados pela força de uma estrela morta.



Apesar de sabermos que uma imagem tão icônica carrega somente o retrato do que um dia existiu, é possível admirar a tecnologia que o homem adquiriu com o passar dos anos. Se o espaço-tempo não fosse como o conhecemos, talvez nunca tivéssemos ciência dessa imensidade de perfeição. Talvez se nosso universo não se organizasse desta forma, onde tudo que vemos é uma pintura de ancestrais do que realmente há, não saberíamos o pouco que temos sobre o início - O Big Bang - até hoje.

"Diante da vastidão do tempo e da imensidão do universo, é um imenso prazer para mim dividir um planeta e uma época com você." - Carl Sagan

Coluna do Juca [1] para o Isto é Astronomia.

Fontes para a coluna: Mensageiro SideralAstronomy Magazine e Gizmodo



Juca Veloso

Web designer, fã de quadrinhos e amante da ciência.


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